O exame antidoping, desde que foi criado, tem causado uma grande confusão na vida de muitos profissionais do esporte. Obviamente, a ideia dele é tornar as competições e os jogos mais justos. No entanto, o uso de alguns remédios ainda é muito debatido nessa área.
Hoje, pensamos em fazer um artigo que traz a curiosidade. E estamos falando da curiosidade que muita gente tem sobre “os remédios que os atletas podem tomar” sem que tenham problemas no exame antidoping. E você vai se surpreender com alguns deles.
A importância de conhecer esses medicamentos
Se você é só um curioso, tudo bem. Mas, quem é jogador ou atleta profissional precisa ter conhecimento sobre o que pode e o que não pode ingerir para fins medicamentosos. Em caso contrário, a pessoa pode até ser excluída de competições e torneios.
Foi isso o que aconteceu com a tenista russa considerada a melhor do mundo nas Olimpíadas de 2016, a Maria Sharapova. Ela foi pega pela Agência Mundial Antidoping (WADA) porque havia tomado o meldonium. O remédio é para doenças do coração.
No entanto, ao aumentar o fluxo sanguíneo, ele pode melhorar a capacidade da realização de exercícios físicos. Sharapova assumiu a responsabilidade, porém, afirmou que não sabia sobre o veto desse medicamento em especifico.
A nova lista da WADA
Antes de começar, saiba também que há uma nova lista da WADA, que considera novas substâncias proibidas para esse ano. A atualização começou a valer no primeiro dia do ano e tem um foco especial: os Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.
“A nova lista vem em um pacote de documentos renovados, inclusive, com o novo Código Mundial Antidoping e mais alguns padrões internacionais”, considerou o Comitê Olímpico Brasileiro, através do gerente Christian Trajano.
A curiosidade está na classificação de drogas como maconha, ectasy, heroína e cocaína, que serão “substâncias de abuso”.
1 – Telmisartan
Esse é um remédio que é indicado para as pessoas que são hipertensas, isto é, que tenham pressão alta. Por mais que o esporte colabora para a prevenção da doença, saiba que há muitos que possuem tal doença, viu.
O remédio também atua na pressão arterial e no fluxo sanguíneo, o que poderia melhorar a performance esportiva. Mas, quem é hipertenso e toma o remédio acaba tendo efeitos colaterais, o que piora o rendimento. Assim, a WADA diz que está estudando o remédio.
No Brasil, o remédio é comercializado pela Boehringer Ingelheim e tem o nome comercial de Micardis. Conforme alguns estudos, ele possui menos efeitos adversos do que os outros disponíveis que possuem a mesma função, que é a de antagonizar o receptor da angiotensina.
2 – Bupropiona
Esse é um antidepressivo que também está sendo monitorado pela WADA, porém, ainda não está na lista dos proibidos. O remédio é usado para ajudar as pessoas que querem parar de fumar, curiosamente.
O remédio é mais conhecido pelos nomes comerciais, que são Welbutrin ou Zyban. Ele é usado, além de ser antidepressivo e por quem quer parar de fumar, como tratamento do déficit de atenção e hiperatividade e para impulsionar a perda de peso.
Na teoria, esse é um inibidor da receptação da noradrenalina e dopamina, sendo antagonista dos receptores nicotínicos. Entre os efeitos colaterais dele, temos dores na barriga, irritabilidade, diurese, insônia, tremor, enxaqueca, náusea, ansiedade, perda de apetite, etc.
3 – Fenilefrina
O cloridrato de fenilefrina é um vasopressor, ou seja, usado como descongestionante nasal. A solução produz midríase após 20 minutos e a aplicação pode durar até 6 horas. Ele é um simpatomimético sintético.
É comum de ser usado por quem tem problemas nas trompas de Eustáquio. Geralmente, é vendido em forma de spray e pode ser um componente para o tratamento da gripe. No entanto, ele também pode gerar perda de apetite, calor, inquietação, insônia e coceiras.
O antigripal não está proibido pela WADA, porém, está na lista daqueles que estão sendo observados. No Brasil, ele é conhecido pela marca da Aché, a Decongex.
4 – Fenilpropanolamina
É um dos poucos remédios que estão aqui e que sempre são estudados pela WADA que já foi vendido livremente em farmácias. Ele também é um descongestionante nasal e que tem papel de antialérgico. Atualmente, ele está proibido de ser vendido.
Isso porque foi comprovado que ele também pode ter efeito “emagrecedor”. Atualmente, a proibição é explicada pelo fato de aumentar o risco de derrame. Curiosamente, é um medicamento que usa como base os alcaloides, que vem das plantas.
Para alguns atletas, no entanto, ele acaba funcionando como um estimulante permitido.
5 – Nicotina
A nicotina você já conhece porque ela foi muito disseminada. É uma droga psicoativa, alcaloide básica, líquida, de coloração amarelada e que é conhecida por ser o princípio do tabaco, isto é, do cigarro. Então, o jogador que fuma cigarro não será pego no antidoping.
Mas, ele deve saber dos efeitos colaterais que isso traz para a saúde, obviamente. Há estudos e mais estudos que comprovam que a nicotina age na progressão ou mesmo na promoção de canceres no corpo, como no pulmão, no cérebro e garganta.
Para atletas, a nicotina pode acelerar os batimentos cardíacos. Assim, acaba sendo um agente estimulante, aumentando a pressão. O resultado é que isso atua na performance, mas trazendo uma piora considerável.
6 – Sinefrina
A p-sinefrina é um estimulante alcaloide que vem das frutas cítricas ou de outras plantas. Está presente também nos tecidos dos animais e na urina humana. Ou seja, é uma substância que pode estimular a produção de noradrenalina e adrenalina no corpo.
Isso porque age em vários receptores. O resultado mais direto é que atua também na queima de gordura. É uma substância usada há séculos e que passou, recentemente, a ser usada como suplemento para atletas que querem vigor para treinar.
Acaba sendo benéfica para corredores, jogadores de futebol e praticantes de musculação. Do lado contraindicado, temos o fato de que não deve ser ingerida por quem tenha doenças no fígado, rins, cardíacas, psiquiátricas, epiléticas, etc.
7 – Tramadol
Esse ainda não é um remédio proibido pela WADA, sendo que está em monitoramento. No entanto, ele foi proibido pela União Ciclística Internacional, a UCI. O motivo é que o uso traz efeitos colaterais e o risco da dependência.
O remédio entra na lista de opiodes, o que quer dizer que é usado como analgésico e de ação central. Ele atua em células nervosas da medula espinhal e do cérebro. O resultado disso é que bloqueia a transmissão de estímulos de dor.
Atualmente, é muito usado para tratamentos de dores de alta intensidade. Ele pode ser associado a vários outros remédios, como paracetamol. Ele não pode ser combinado com outros remédios, como antidepressivos.
Os remédios que não podem ser tomados
Algumas substâncias não são autorizadas pelas agências para atletas nem durante, nem antes e nem após as competições. A maioria está nessa lista, como os anabolizantes, eritropoietina e outros que são bem comuns das pessoas que não são atletas profissionais.
Por exemplo, Salbutamol (Aerolin), a furosemida (Lasix), entre outros.
Já uma próxima lista cita aqueles que não podem ser ingeridos durante as competições, como é o metilfenidato (Ritalina), a sibutramina (Reductil), a seleginina (Jumexil).
Os remédios naturais para esportistas iniciantes
Aqui temos outro tópico curioso. Ele é para você que está começando a praticar esportes e, devido ao início, acaba sentindo alguns desconfortos. Saiba que há alguns produtos que são naturais e podem ajudar você a não usar nada proibido e ter melhoras nas dores. Veja só.
Os produtos à base de salicilato de metila e o mentol. É isso mesmo que você pensou: o famoso Gelol. Eles podem ser bons para usar em regiões doloridas e são externos. Assim, em caso de contusão ou esforço excessivo pode ser uma boa pedida em spray ou pomada.
Já a arnica tem propriedade antiinflamatória e analgésica. Assim, é ótima para dores musculares ou nas articulações, como nos joelhos e nas costas. É vendido em gel. E tem o óleo de copaíba, também para dores. A ação vem dos ácidos canrenoico e cariofileno.
Quanto o uso de anti-inflamatórios
Por outro lado, talvez você não saiba, mas o uso de antiinflamatórios via oral pode causar efeitos colaterais perigosos. Por exemplo, no trato gastrointestinal, na região cardiovascular e até mesmo os efeitos renais.
Por isso, mesmo que sejam de fáceis acessos, o ideal é sempre consultar um médico antes de tomar tais medicações. Curiosamente, são muitos os tipos desses remédios, como os não seletivos, os seletivos e os parcialmente seletivos.
Assim, estamos falando do ibuprofeno, coxibes e até mesmo o meloxican, entre outros.
Por que alguns remédios são proibidos e outros não?
Você deve ter ficado curioso ao saber que alguns remédios podem ser usados, correto? Considere que a WADA diz que eles precisam cumprir 3 critérios par entrar na lista de medicamentos proibidos para atletas profissionais.
São eles: melhorar o desempenho competitivo do atleta, violar o espírito esportivo e apresentar riscos para a saúde dos atletas. É por isso que substâncias como a cafeína não são proibidas e todos os remédios que listamos acima.