Os 15 jogadores de futebol que já cometeram violência doméstica e saíram quase ilesos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma a cada três mulheres de todo o mundo já sofreu violência física e/ou sexual. A realidade não é distante do Brasil e nem do esporte, que como um recorte social, também reflete casos graves contra mulheres.

No futebol brasileiro, sobretudo no masculino, diversas ocorrências como essas se tornaram até comuns. O caso mais recente é o de Robinho, que estuprou uma jovem na Itália. No entanto, existem outros diversos infratores que ainda permanecem ilesos e ativos no esporte. Confira aqui a liista.

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Fonte: (Reprodução/Internet)

Robinho 

O jogador Robinho foi condenado pela corte de apelação da Justiça Italiana, em segunda instância, por um estupro coletivo de uma jovem. O crime foi cometido na madrugada do dia 22 ao dia 23 de janeiro de 2014, juntamente com o seu amigo Ricardo Falco. Na época, o brasileiro jogava pelo Milan.

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A vítima estava com três amigas em uma casa noturna em Milão chamada de Sio Café e as garotas se juntaram aos brasileiros. Duas delas foram embora deixando a vítima sozinha, segundo o procurador Cuno Tarfusser, os jogadores a estupraram durante 40 a 50 minutos dentro do camarim da boate.

Wesley Pionteck

Wesley Pionteck foi condenado em outubro de 2019 por lesão corporal em violência doméstica após agredir sua namorada da época. A pena do jogador foi de um ano e quatro meses em regime aberto. Os advogados do atleta recorreram na Justiça, mas a condenação foi definida.

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O processo da vítima afirma que ela foi agredida e depois ameaçada. Ainda, a mulher afirmou que sofria agressão desde o início do namoro, mas fez a denúncia após a agressão ter sido com uma faca.

Wesley foi contratado pelo Bragantino em abril de 2019. O clube afirmou que a quebra de contrato resultaria no fim de qualquer chance de reintegração de um indivíduo já condenado. A reportagem do Globo Esporte apurou que não existe nenhum atleta na mesma condição de Wesley no elenco do clube.

Dudu

Dudu, atacante do Palmeiras, foi acusado por sua ex-companheira, Mallu Ohanna, de agressão física contra ela. A confusão começou dentro do prédio da suposta vítima e, de acordo com Dudu, Mallu reclamou que o jogador tenha juntado a sua atual namorada com os seus filhos em uma visita anterior.

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A confusão foi para fora do prédio, com imagens que foram divulgadas pela internet. Nas imagens aparece Mallu dando empurrões no jogador. Já segundo Mallu, a agressão ocorreu dentro do carro na garagem, onde Dudu puxou o cabelo da moça e proferiu outras agressões. Recentemente, a Polícia Civil o inocentou do caso.

Dudu já havia sido condenado 

A Justiça de Goiás condenou o atleta no dia 14 de abril de 2015, por ter agredido a sua esposa, Mallu Ohanna, no ano de 2013. A pena para o atleta foi de cumprir serviços comunitários em regime aberto.

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Segundo a ocorrência da época, Dudu a agrediu com socos na cabeça e puxões de cabelo. A mãe da vítima, que tentou separar o ataque, também foi machucada levemente nos braços. A acusação se baseou na Lei Maria da Penha. Contudo, o juiz entendeu o caso como “Vias de fato”, que não é considerado crime e sim uma contravenção penal.

Jean

O goleiro, que jogava no São Paulo na época, foi condenado nos Estados Unidos por agressão contra a sua ex-esposa, Milena Bemfica. Na ocasião, a vítima gravou diversos vídeos para expor em suas redes sociais. Nas imagens, ela está aparentemente muito machucada. 

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O boletim de ocorrências realizado diz que Jean a golpeou com oito socos. Milena resolveu não entrar na Justiça contra ele, enquanto a Justiça americana arquivou o caso, fazendo com que Jean fosse liberado de qualquer acusação.

São Paulo logo suspendeu o contrato com o atleta e um mês depois, o Atlético Goianiense o contratou. No anúncio, Jean pediu desculpas a todas as mulheres. O presidente do clube afirmou que iriam tentar recuperar o atleta. 

Carlos Alberto

A ex-mulher de Carlos Alberto o denunciou por ter quebrado o seu carro e a sua costela. As denúncias foram de novembro de 2014 e em fevereiro de 2015. Por isso, uma ordem judicial garantiu que o jogador ficasse 100 metros de distância da vítima.

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Na primeira ocorrência, Carlos teria quebrado a costela da mulher, mas ela optou por não denunciar. Na segunda vez, ela foi agredida com dois socos. Ainda, os retrovisores do carro da agredida foram quebrados. Como mencionado, ele somente precisou deixar sua casa às pressas sua residência e manter 100 metros de distância dela.

Marcelinho Paraíba

O meia Marcelinho Paraíba foi preso em 2012 pela Polícia Civil de Campina Grande por ter agredido a sua ex-mulher. Segundo a denúncia, a vítima foi até a granja do atleta para cobrar uma pensão alimentícia. Depois de uma discussão, o atleta bateu na mulher.

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Logo após o acontecimento, a agredida prestou depoimento na Central de Polícia e passou por um exame de corpo de delito, que apontou escoriações leves. Então, a Polícia se dirigiu à mesma granja e o prendeu em flagrante.

De acordo com a delegada do caso, Herta de França, Marcelinho não se pronunciou. O jogador recebeu a permissão de ser liberado perante pagamento de fiança no valor de 20 salários mínimos, o que equivale a R$ 12.440. Marcelinho continuou atuando e aposentou-se no Perilima.

Cuca 

O atual treinador Cuca é acusado por estupro coletivo no conhecido escândalo de Berna. Em viagem pelo Grêmio à Berna, na Suíça, na época recém-contratado jogador Cuca e mais três colegas de time ficaram no quarto 204 do hotel Metrópole.

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O caso foi em julho de 1987, onde uma garota de 13 anos na presença de amigos, subiu até o apartamento onde encontravam-se os atletas para pedir uma camisa do Grêmio. O relato é que os jogadores afastaram os amigos da menina do quarto, fecharam a porta do quarto e a estupraram.

Eles foram condenados à prisão pelas autoridades da Suíça. Após ficarem mantidos no hotel, o Itamaraty conquistou a volta dos atletas, que foram aclamados em terra brasileira, respondendo em liberdade. A imprensa comemorou a sua volta atribuindo o ocorrido como culpa da garota. Cuca logo foi contratado oficialmente pelo Grêmio e hoje é um técnico famoso.

Vampeta

Em 2004, Vampeta foi acusado pela mãe de suas filhas de ter espancado a mesma durante uma discussão. Roberta Soares procurou as autoridades policiais e mostrou machucados na cabeça e na testa.

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Na época, o atleta atuava pelo Vitória. Além de não ter sido punido judicialmente, o atleta voltou a jogar pelo Corinthians. Atualmente, trabalha como comentarista esportivo e ainda é presidente do Grêmio Osasco Audax.

Cristiano Ronaldo

Cristiano Ronaldo foi acusado de ter estuprado uma ex-modelo norte-americana e atual professora chamada Kathryn Mayorga. Na época, o jogador admitiu que a mulher disse “não” e “pare” durante o ato sexual entre os dois. 

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O caso ocorreu em 2009, quando Cristiano Ronaldo atuava no Real Madrid. Em Las Vegas, nos Estados Unidos, o jogador encontrou a moça. Em relação sexual, a vítima disse para que ele parasse. No entanto, o atleta fez isso apenas depois de sexo anal forçado.

Um acordo foi fechado na época, onde Cristiano Ronaldo pagou US$ 375 mil para que a vítima se mantivesse calada quanto ao ocorrido. A mulher, por meio de uma reportagem da revista alemã “Der Spiegel”, afirmou que fechou o acordo por conta da integridade da mesma e de sua família.

Cazares

Em 2019, o jogador Cazares foi acusado de ter agredido duas mulheres. De acordo com a versão do atleta, as mulheres estavam demorando no banheiro de uma festa, quando o equatoriano pediu que verificassem o motivo. Após alguém ter conferido, foi possível saber que as mulheres estavam usando drogas.

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Após Cazares expulsar as mulheres da casa, uma discussão generalizada começou. As mulheres dizem que algumas coisas foram furtadas durante a festa, além de que, durante a confusão, amigos do jogador e o próprio as agrediram.

A Polícia Civil de Minas Gerais finalizou o inquérito que investigava o caso que acusava Cazares de lesão corporal e estupro. Segundo as investigações, não houveram provas suficientes que comprovassem a autoria do jogador e ele seguiu impune.

Maradona

Diego Maradona foi exposto em um vídeo publicado em 2014. As imagens, que foram feitas em um hotel de Buenos Aires, no ano de 2013, mostram Maradona ficando irritado com a sua ex-namorada, quando a mesma estava mexendo no telefone do ex-atleta. Após isso, Maradona se aproxima dela e a atinge com dois golpes.

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Maradona se defendeu das acusações do vídeo, alegando que apenas jogou longe o seu celular. Rócio, a vítima, afirmou que o jogador a agredia muitas vezes durante o relacionamento, sendo inclusive na frente de pessoas, como já fez em um avião. O caso não foi à Justiça e Maradona seguiu impune

Mancini 

A Promotoria de Milão solicitou em 2011 a prisão do meia Mancini, por ter cometido uma agressão sexual e lesão corporal contra uma garota durante uma festa organizada por outro jogador brasileiro, Ronaldinho Gaúcho.

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Por isso, a Justiça italiana pediu a prisão de 3,8 anos do atleta. A denúncia diz que, no dia 8 de dezembro de 2010, Mancini teria aproveitado da embriaguez da menina para fazer sexo com ela. A acusação também contempla agressão física. A jovem retirou o pedido de investigação.

Danilinho

Danilinho é envolvido em diversos casos de agressão física contra mulheres. Uma delas é quando ele atuava no México em 2011, quando foi acusado de agredir e ameaçar a sua namorada de época, Priscila Jiménez, por ele não ter aceitado o final do namoro.

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Ainda no México, Debanhi Rentería, de 18 anos, o acusou de estupro e ameaça de morte. Já 2016, o jogador foi intimidado dentro do CT do Fluminense, por onde estava jogando, porque não tinha pagado pensão alimentícia. 

Goleiro Bruno

O goleiro Bruno foi o principal autor da morte de Eliza Samudio. O caso começou logo depois que Bruno a engravidou e não assumiu a criança. Eliza denunciou à Polícia o dia em que foi mantida em cárcere privado, tomando substâncias abortivas e sendo ameaçada com uma arma contra a sua cabeça pelo próprio Bruno. 

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Eliza continuou com a gestação, tendo as suas denúncias anuladas diversas vezes pelas autoridades policiais. Após o nascimento da criança, Eliza entrou com um processo de reconhecimento de paternidade, solicitou pensão alimentícia e o acusou de agressão física. Em um sítio do jogador, Eliza foi assassinada e teve o seu corpo ocultado.

O crime, que contou com a participação de diversos criminosos, foi julgado com Bruno sendo condenado a prisão em regime fechado de 22 anos e 3 meses. O ministro do STF, Marco Aurélio Mello concedeu habeas corpus ao atleta. Após isso, o goleiro foi contratado por diversos times.

Fama e dinheiro são uns dos pontos na impunidade e violência

Alguns analistas dizem que a fama faz com que os jogadores se sintam em um local intocável e que, por isso, deixam de se importar com os seus atos como cidadãos. Como os casos não são raros, um especialista falou sobre.

O professor de filosofia, Sérgio Barbosa, disse em entrevista ao Globo Esporte, que a rápida ascensão financeira dos atletas faz com que eles se sintam acima da lei. Como mencionado, de fato, muitas vezes o poder aquisitivo e outras questões favorecem a impunidade o que pode gerar um ciclo ainda maior de violência contra mulher.