New York Cosmos, é bem provável que você já tenha ouvido falar desse clube de futebol. Ainda mais se estudou ou acompanhou uma parte da trajetória da vida do Rei Pelé. O clube norte-americano também ficou famoso por receber o zagueiro alemão Beckebauer.
Mas, deixando os ídolos para trás, ao menos por um instante, o que você sabe sobre o New York Cosmos? Ou, podemos falar simplesmente em Cosmos, como ele também era conhecido. Sim, era conhecido. Abaixo, você irá saber mais sobre começo, o meio e do fim desse clube de futebol.
Quem foi o New York Cosmos
Foi um clube de futebol dos Estados Unidos que jogava pela North American Soccer League (NASL). O clube é datado em 1970, sendo que competiu até a liga norte-americana de 1983. Já a extinção aconteceu dois anos depois e o motivo surpreende: as finanças.
Oras, como um clube que contrata Pelé, Beckebauer e outros brasileiros da seleção, como Rildo e Carlos Alberto Torres entra em estado de falência? Vamos por partes, amigos.
Em 1983, quando já estava com problemas financeiros, o clube passou a jogar pela Major Indoor Soccer League, que era uma liga de showbol (futebol de quadra) que contemplava os times da North American Socce League. Só que a participação durou bem pouco.
O reconhecimento do New York Cosmos
O clube ficou famoso porque teve no elenco todos os nomes que citamos aqui, que eram personalidades do futebol da sua época. Tanto é que durante o tempo que existiu, esse foi considerado o maior clube de futebol dos Estados Unidos.
Tanto é que a sua história comoveu muitos empresários que, em 2010, tentaram recriar o clube (no que é chamado de clube fênix). A ideia era que o Cosmos jogasse a partir da segunda divisão da competição nacional.
Vale considerar que agora, de forma mais moderna e recente, a NASL é considerada a segunda divisão do campeonato norte-americano de futebol, que tem a Major League Soccer (MLS) como primeira divisão e mais importante do país.
O novo New York Cosmos (2010)
Na ideia dos criadores, o próprio Pelé seria o presidente honorário do clube. Mas, houve problemas com a Federação de Futebol dos Estados Unidos. Ao passo que a NASL chegou a ser suspensa mais tarde, em 2018.
Já para tentar entrar na MLS, o clube não teve sucesso algum. Portanto, sem poder participar de uma liga oficial de futebol, o novo Cosmos não foi para frente. A saída foi uma só, convencional: entrar na quarta divisão do país.
Essa divisão tem o nome de National Premier Soccer League (NPSL). Nesse novo modelo, o clube usou o Hofstra Stadium como campo de jogo, em Long Island. E ele foi substituído pelo James M. Shuart Stadium, em Nova Iorque, no ano de 2013.
A história do antigo Cosmos (1970)
Só que o nosso foco é contar sobre como surgir o clube e como ele se tornou grande. A criação vem dos irmãos Nesuhi Ertegun e Ahmet Ertegun. Eles são de Istambul, na Turquia, e atuavam na área da comunicação.
Ou seja, eles fundaram a Atlantic Records, que foi vendida para a Warner Communications, atualmente chamada de Time Warner. E foram eles que sugeriram a criação de um clube de futebol ao presidente da companhia, Steve Ross.
Foi assim que o Cosmos surgiu e logo deu início a criação da NASL, que nasceu no fim do ano de 1970. Ou seja, a competição está totalmente ligada ao nascimento do Cosmos. A primeira partida foi em 1971, entre Cosmos e Saint Louis Stars, com vitória dos favoritos, o Cosmos.
O nome e o uniforme
Clive Toye era um inglês que foi o primeiro diretor do clube. Ele se inspirou no New York Mets, que é um time de beisebol do seu país. Logo, Mets é uma abreviação de Metropolitans. Toye pensou em Cosmos para abreviar Cosmopolitans. Logo, New York Cosmos.
O uniforme, por sua vez, também foi sugestão do diretor do clube. As cores iniciais eram em verde e amarelo em homenagem a seleção brasileira de 1970, que foi a campeã. Essas cores ficam até 1974, quando mudou para verde e branco. E depois, para azul e branco.
O crescimento do Cosmos
Até aqui temos a história da criação de um clube de futebol que não é nada extraordinária. Mas, já estamos chegando na parte em que se torna uma potência, a ponto de contratar jogadores de seleção, inclusive, o Rei do Futebol.
No começo, a ideia era de brincadeira. Só que aos poucos, Ross foi vendo que tudo poderia ser transformar em um negócio. Foi nesse ponto que a contratação de jogadores famosos passou a fazer sentido. Abaixo, você vai ver a lista da “seleção” que o Cosmos formou.
O fim do Cosmos
Assim, já sofrendo de problemas financeiros, o clube viu a competição nacional fechar as portas. A saída foi entrar em outra competição, a de showbol. O problema é que a fama começou a cair, assim como o público e o interesse das pessoas pelo Cosmos.
O resultado é que em pouco tempo, até mesmo a Major Indoor Soccer League passou a ter problemas – tanto é que fechou em 1992. Então, o clube não teve mais saída, exceto a de anunciar o encerramento das atividades em 1984.
Ao todo, o clube soma 14 anos de história, com 359 partidas na NASL e 221 vitórias. Ao todo foram 844 gols marcados e 569 sofridos.
As primeiras contratações de peso
Não dá para negar que o Cosmos não media esforços para trazer os melhores do mundo. E assim a gente forma uma seleção que é composta por Pelé, Beckenbauer, Chinaglia, Carlos Alberto Torres, Marinho Chagas e Johan Cruyff.
Além disso, o clube tinha um elenco com mais de 16 nacionalidades, o que provava o poder econômico do Cosmos, que passou a vencer todo tipo de competição que disputava. Foi a franquia mais famosa e mais vitoriosa da NASL.
Ao todo, as primeiras contratações resultaram em 5 títulos nacionais, um vice-campeonato e mais 3 Trans-Atlantic Cup. A média de público era bem alta e em 1977 chegou a receber mais de 77,6 mil pessoas na partida contra o Fort Lauderdale Strikers.
O elenco do Cosmos em 1977
Apesar das primeiras contratações terem sido incríveis, o elenco de 1977 é considerado uma seleção a parte. Inclusive, oss goleiros e os defensores já indicam o que vem pela frente. Observe.
Veja só, por áreas e posições, quem eram os atletas:
- GOL – Shep Messing (Estados Unidos);
- GOL – Yasin Ozdenak (Estados Unidos);
- ZAG – Bruce Twamley (Canadá);
- ZAG – Werner Roth (Estados Unidos);
- ZAG – Franz Beckenbauer (Alemanha);
- ZAG – Bobby Smith (Estados Unidos);
- ZAG – Charlie Aitken (Escócia);
- ZAG – Mike Dilon (Inglaterra);
- ZAG – Rildo (Brasil);
- ZAG – Carlos Alberto Torres (Brasil);
- ZAG – Ronaldo Gomes (Canadá).
Os meio-campistas também tinham peso. Inclusive, com um brasileiro que foi pouco conhecido, o Morais. Aliás, o peruano Ramom jogou a Copa do Mundo de 1970, em um elenco dirigido por Didi:
- MEI – Vitomir Dimitrijevic (Iugoslávia);
- MEI – Dave Clements (Irlanda do Norte);
- MEI – Tony Field (Inglaterra);
- MEI – Terry Garbett (Inglaterra);
- MEI – Nelsi Morais (Brasil);
- MEI – Ramom Mifflin (Peru);
- MEI – Chris Agoliati (Estados Unidos).
E o ataque era tão forte, que qualquer técnico teria problemas para montar o seu esquema tático com tantos ofensivos de qualidade. Veja só. Inclusive, o sul-africano Jomo é considerado até hoje como um dos melhores do seu país;
- ATA – Giorgio Chinaglia (Itália);
- ATA – Pelé (Brasil);
- ATA – Stephen Hunt (Inglaterra);
- ATA – Mordechai Spiegler (Israel);
- ATA – Jadranko Topic (Iugoslávia);
- ATA – Gary Etherington (Estados Unidos);
- ATA – Jomo Sono (África do Sul);
- ATA – Roberto de Oliveira (Estados Unidos).
O jogo contra a Argentina
Além dessa seleção de 1977, considere que o Cosmos ainda teve no seu elenco o já citado Johan Cruyff. Só que ele fez uma única partida pelo clube, em 1978. O jogo foi contra a seleção argentina, campeão de 1978 e o elenco do Cosmos era adaptado.
Curiosamente, em 1979, em novo amistoso contra a Argentina, o Cosmos queria testar o seu elenco. E até que perdeu para os Hermanos, por a 1 a 0, com gol de Daniel Passarella, já nos acréscimos. Porém, o Cosmos fez uma apresentação de galã, jogando de igual para igual.
O zagueiro Carlos Alberto Torres, inclusive, foi considerado o melhor da partida. Já aqui no Brasil, o Cosmos enfrentou o Santos. A primeira partida foi na despedida de Pelé, em 1977. Também jogo com Flamengo (1979), Fast Clube (1980) e São Paulo (1980).
Os recordes do Cosmos
Para fechar o texto, leve em conta que o maior artilheiro do Cosmos não é o Pelé e sim o italiano Chinaglia, que jogou entre 1976 e 1983 e marcou 193 gols em 213 jogos. Ele também é o maior artilheiro da NASL.
Em termos de assistências, o sérvio Vladislav Bogicevic foi o mais importnte, com 147 em 203 partidas. A maior goleada foi por 12 a 1 sobre o Malmo, da Suécia, em um em 1975. Já a maior goleada sofrida foi contra o Seattle Sounders, por 9 a 2, em 1978.