O tchoukball tem sido uma ótima opção de atividade física para as aulas dos alunos do ensino fundamental e médio. O motivo? É um dos esportes menos violentos que existem e que é coletivo, isto é, permite a participação de várias pessoas ao mesmo tempo.
E mesmo que você nunca tenha ouvido falar dele, saiba que tem a sua parcela de fama, sendo reconhecida em vários países. E há quem diga que em breve ele se tornará olímpico, será? Só o tempo dirá. Para hoje, o que você pode fazer é conhecer mais de como funciona o tchoukball.
O que é o tchoukball
Estamos diante de um esporte coletivo, que é jogado entre duas equipes com sete jogadores cada uma. É tipo handebol? Isso, bem parecido. Ele acontece em quadras com as dimensões do basquete. Fora isso, tem uma bola e dois quadros.
Como assim, quadros? Eles são como trampolins, que ficam inclinados a 55º. Cada um deles fica em uma ponta da quadra, como se fosse um gol. Mas, não é um gol com traves, está bem?
Bem, o objetivo é marcar pontos, mas como é que se faz isso? Fazendo a bola rebater em um dos quadros. Só que há um problema nisso. É preciso que a bola volte para a quadra sem que a outra equipe recupere. E não há lados - ambas equipes podem pontuar de todos os lados.
As regras do tchoukball
Agora, para que tudo isso aconteça da melhor forma, a gente tem regras que precisam ser seguidas. Por exemplo, para fazer o arremesso no quadro só é permitido dar três passes para cada equipe. E durante o ataque, a outra equipe não pode interceptar a jogada.
Qualquer obstrução de jogada é proibida, resultado em falta. E aqui entra algo muito único desse esporte: apesar de ser coletivo, ele quase não tem contato físico. E isso explica porque ele é considerado o esporte coletivo que evita lesões – abaixo, vamos explicar mais disso.
O importante é saber que a regra passa pelo fato de que os times podem fazer todos os movimentos possíveis de ataque ou defesa, mas sem impedir os adversários. Não vale nem intencionalmente e nem involuntariamente.
Como defender no tchoukball
Ué, mas se não pode ter contato, como é que se faz a defesa no tchoukball? É preciso acompanhar o ataque apenas antecipando o arremesso após ele bater no quadro. Isto é: só vale pegar a bola quando ela é rebatida do quadro, no rebote.
Então, logo após a bola cair na quadra, o ponto vai para a defesa. Se não acontecer isso, o jogo continua com a equipe atacando. Lembrando que as equipes se alternam entre ataque e defesa. E pode parecer estranho, mas na prática, é um esporte muito interessante.
Como marcar pontos no tchoukball
Por outro lado, há pelo menos três modos de marcar pontos no tchoukball. Por exemplo, quando a outra equipe não acerta o quadro durante o arremesso. Ou quando o arremesso é feito fora da área limite (3 metros) ou quando a bola é rebatida fora do limite da quadra.
Obviamente, a última forma é quando a bola é tocada pelo time que atacou após bater no quadro. E dar mais do que três passos com a bola antes de arremessar também é falta.
A Associação Brasileira de Tchoukball tem um vídeo breve, de 2 minutos, onde mostra exatamente como marcar os pontos. Os vídeos são curtos e também dizem muito sobre o posicionamento dos jogadores, que vamos mencionar abaixo.
As posições no tchoukball
Para entender um pouco mais do esporte, vamos considerar que há ao menos três posições que podem ser pré-determinadas. Os alas, os pivôs de quadro e os pivôs centrais. Basicamente, todos se ajudam.
Inclusive, ainda que pivôs de quadro e de centrais sejam considerados defensores, eles também podem atacar. O posicionamento é bacana para que se evite um desgaste desnecessário no jogo e seja mais simples pontuar.
Aliás, essa ideia de posições vale para quadras como a de basquete. Mas, elas mudam completamente quando se fala em tchoukball de grama ou de areia, que são versões do esporte que estão ganhando novos adeptos a cada dia.
Os equipamentos e as condições do tchoukball
Para jogar o tchoukball, você e as equipes vão precisar de uma bola. Ela pode variar muito, mas, geralmente, fica entre 54 cm e 60 cm de circunferência e com um peso que varia de 325 até 475 gramas. A quadra costuma ter 27 metros de comprimento por 16 metros de largura.
Cada equipe pode ter 12 jogadores no máximo, sendo que apenas 7 jogam. E não há goleiros. O jogo é composto por 3 partes de 15 minutos cada uma. E há intervalos entre elas.
E na dúvida, saiba que na internet dá para encontrar vários sites confiáveis que vendem os equipamentos, como os quadros e as bolas. O problema é que eles não são tão atrativos em termos de preços. Mas, vale a pesquisa.
Por que o tchoukball é ótimo para escolas
A se pensar nos benefícios do esporte, que está longe de ser violento, a gente pode ver que tem muitos diretores e dirigentes escolares incluindo o tchoukball em suas aulas de educação física. O motivo tem a ver exatamente com as vantagens dele.
Por exemplo, ele é um esporte que permite que o aluno desenvolve características individuais de coletividade e físicas. Além disso, torna possível praticar movimentos de arremessos, recepção, posicionamento, orientação espacial.
Sem contar que é um esporte ativo, que melhora as funções cardiovasculares e neuromusculares. De todo modo, é imprescindível que se tenha um professor para orientar os alunos sobre a intensidade e a dinâmica da prática.
E onde foi que surgiu o tchoukball
Deixamos mais para o fim a origem do esporte, só que esse ponto é tão interessante como os outros. Esse esporte coletivo surgiu na década de 1960 a partir das ideias do Dr. Hermann Brandt. O objetivo era o de criar um jogo que trouxesse felicidade – e não lesões.
Assim, o médico de Genebra, na Suíça, viu que muitos atletas se lesionavam de forma comum e corriqueira durante a prática da maioria dos esportes. Logo, ele viu que os traumas vinham de movimentos que não eram adaptados a fisiologia humana ou por serem agressivos.
Foi dessa forma que ele criou um esporte que mantivesse o equilíbrio físico do jogador, além do equilíbrio mental e social também. O conceito por trás do tchoukball é ser um esporte totalmente educativo.
Quem foi o Dr. Hermann Brandt
Curiosamente, saiba que esse médico suíço nasceu em 1897 em La Cheux-de-Fonds. A partir do ano de 1924 foi que ele se interessou pela ginástica medicinal, pela reeducação física, pelo controle médico e se viu importante na sociedade.
Com isso, ele teve marcos importantes. Por exemplo, em 1928 promoveu o esporte universitário na Suíça. No ano seguinte, foi o principal apoiador do basquete feminino em seu país. E em 1932 criou o primeiro centro para Medicina Esportiva na Suíça.
Mas, foi em 1970 que ele apresentou a sua pesquisa sobre treinos e a concepção de um novo esporte, o tchoukball para a Federação Internacional de Educação Física. A partir disso, recebe o prêmio Thullin, por ter o melhor trabalho na área. Ele morreu em 1972.
O tchoukball após o Dr. Brandt
Um pouco antes da morte do Dr. Brandt, em 1971, já havia sido criada a Federação Internacional de Tchoukball e a partir dela vieram as primeiras federações nacionais, como na Suíça e na França. Em 1972, John Andrews assume a Federação e começa a difundir o esporte.
Com a morte do Dr. Brandt, além do Andrews, que era da Grã-Bretanha, o Michael Favre também assume a liderança do esporte e começa a levar o esporte para outras partes do mundo. Especialmente, para Taiwan, Brasil, Argentina, Paquistão e índia.
Um pouco mais tarde, em 1977, de Taiwan, o professor Ray-Ming Fuang levou o esporte para toda a Ásia e depois ele não parou de crescer mais, em termos de popularidade.
A cartilha do tchoukball
Por fim, considere que todas as Federações têm uma cartilha de tchoukball. Inclusive, a Brasileira. E essa cartilha tem três principais pontos, sendo que o primeiro é sobre o fato de que “o jogo exclui qualquer esforço por prestígio, seja pessoal ou coletivo”.
O segundo ponto é o seguinte: “o jogo requer dedicação total” e tem ainda a questão de que “o jogo é antes um exercício social do que propriamente uma atividade física”. Por isso, ele é visto como educativo e não competitivo, ainda que possa ter competições em vários países.
Tem campeonato de tchoukball
No Brasil, o que se tem de notícia é que a Associação Brasileira vem dando base para que o esporte se torne cada vez mais profissional. Atualmente, há polos em São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. E há eventos nacionais através de campeonatos brasileiros na quadra e praia.
Além disso, tem o campeonato paulista, que é bem famoso e organizado pela Liga Paulista de Tchoukball.