As investigações que envolvem a causa da morte de Diego Maradona ganharam atualizações. Nesta sexta-feira (22), a Procuradoria da Argentina afirmou que o médico pessoal do falecido, Leopoldo Luque, falsificou a assinatura do mesmo.
As análises caligráficas da perícia apontaram que o médico utilizou a assinatura do craque argentino para ter acesso ao seu histórico clínico. As autoridades policiais trabalham com a possibilidade de um homicídio culposo.
Morte de maradona é investigada
Diego Armando Maradona morreu em 25 de novembro de 2020, duas semanas após ter passado por uma cirurgia de remoção de hematoma no cérebro, inclusive na Clínica Olivos, a qual o médico do atleta direcionou uma falsificação para o pedido de histórico.
Em termos utilizados pela autópsia, Maradona faleceu por complicações advindas de um “edema agudo no pulmão secundário a insuficiência cardíaca crônica exacerbada”. Ainda, foi descoberta uma “cardiomiopatia dilatada” no coração do craque.
Luque era médico pessoal de Maradona desde 2016 e foi o cirurgião que retirou uma pequena hemorragia no cérebro do ídolo argentino antes de sua morte. Vale lembrar que, na Argentina, apenas o paciente ou alguém com a sua autorização pode obter o histórico clínico.
Investigação aponta para irregularidade no tratamento do atleta
O documento que foi analisado trata de um pedido de histórico médico realizado no dia 1 de setembro de 2020 e enviado à Clínica Olivos, de Buenos Aires. O papel foi encontrado em uma busca na casa de Leopoldo Luque.
Além do pedido oficial, dois rascunhos parecidos à assinatura de Maradona foram achados.Os responsáveis pela perícia e investigação, os promotores de San Isidro, já possuem a conclusão da análise de caligrafia.
Segundo o jornal argentino Clarín, o histórico clínico de Maradona ainda não havia sido investigado pelas autoridades. A falsificação comprovada agora se torna mais uma parte de uma investigação que aponta irregularidades no tratamento médico para com o atleta falecido.
Psiquiatra também será investigada
Ainda, a nova descoberta pode colocar mais processos judiciais em relação à herança, visto que todos os documentos já assinados por Maradona devem ser agora analisados. A investigação já coletou, além de dados do médico, o celular de Agustina Cosachov, psiquiatra que também direcionava cuidados à Maradona.
Suspeita pode voltar a considerar homicídio culposo
Anteriormente, após o Ministério Público lançar uma denúncia que acusa Leopoldo e Cosachov por “abandono seguido de morte”, crime que pode gerar até 15 anos de prisão, as investigações foram iniciadas.
Até dezembro do ano passado, o juiz de garantias de San Isidro, Orlando Díaz, retirou o Leopoldo Luque de uma possível ocorrência de homicídio culposo. A decisão ocorreu após a defesa do médico apontar outros profissionais, a família do atleta e o próprio falecido como culpados.
Além disso, a defesa do médico afirmou que o profissional esteve por três vezes na casa de Maradona, onde o atleta se recuperava, para acompanhar o seu estado de saúde. Por fim, ressaltou que “ninguém poderia imaginar que seu coração falharia repentinamente”.
De acordo com o Clarín, o inquérito ainda não havia sido aberto por falta de evidências. Com a nova descoberta, é possível que o inquérito seja aberto e que as investigações ganhem novo ritmo.