Que o futebol é o esporte mais popular do mundo, a gente sabe. No entanto, quando a gente separa os continentes, o que vemos é que há uma grande variação entre as regiões. Por exemplo, o futebol americano e o rúgbi são bem famosos na Europa.
Já na Ásia, a gente tem o críquete como um dos esportes mais praticados e assistidos. Mas e na África, será que o futebol é paixão nacional? Tem outros esportes famosos por lá? Será que algum é exclusivo? Nesse conteúdo, a gente vai falar sobre todos esses temas, acompanhe.
A falta de estrutura do continente
Antes de tudo, é legal de saber que a falta de sucesso de esportistas africanos em boa parte dos esportes se dá a falta de estrutura dos países desse continente.
Por isso mesmo, enquanto que na maior parte do mundo, a profissionalização do esporte é vista como um desejo profissional de muita gente que quer seguir carreira, na África, os atletas de sucesso se tornam heróis.
Ainda assim, grandes nomes se destacam dentro do esporte africano no mundo. Por exemplo, Didier Drogba, do futebol, é uma personalidade no seu continente. Assim como foi Jay-Jay Okocha, Nwankwo Kanu, George Weah e Roger Milla. Sem esquecer de Samuel Eto’o.
A África do Sul
Ainda comentando sobre o continente de modo geral, antes de falarmos dos esportes, considere que a África do Sul, justamente por ter uma estrutura melhor do que os outros países africanos, é o que mais se destaca no continente.
Assim sendo, homens e mulheres praticam atividades esportivas de vários níveis e categorias. Alguns são internacionais e reconhecidos, seja no futebol, no atletismo, no rúgbi, no críquete ou no golfe, como vamos mencionar mais pontualmente abaixo.
O futebol na África
Sim, como em toda parte do mundo, a África também tem o futebol como esporte mais popular. E isso vale para todos os países. Mas temos que destacar que, devido a Copa do Mundo de 2010, que foi na África do Sul, esse país ganhou mais notoriedade.
Sendo assim, essa foi a 1ª nação africana a sediar o mundial de futebol. Outra informação bacana é considerar que Camarões é um país forte nesse esporte, sendo chamado de Leões Indomáveis. Eles já venceram grandes seleções, como Argentina e Brasil.
Inclusive, foram campeões das Olimpíadas de Sidney, em 2000. Já entre os jogadores mais famosos de lá, a gente não pode deixar de falar de Roger Milla, também de Camarões, que viveu intensamente no mundo de futebol.
O atletismo na África
Um próximo esporte que merece atenção é o atletismo. Afinal de contas, você já deve ter notado que a maioria das corridas de longa distância tem um nome africano entre os finalistas, vencedores e os que chegam ao pódio, não é verdade?
Se a gente citar Quênia e Etiópia, então, os destaques se tornam maiores ainda. Além disso, o continente sedia dois grandes eventos, sendo o “Comrades” e “Dois Oceanos”.
Entre os nomes mais conhecidos, dá para citar o da sul-africana Caster Semenya, que corre pelo meio-fundo, isto é, de 800 a 5.000 metros. Ele tem ouro em Olimpíadas, em Mundiais, em Commonwealth e em Pan-Africanos. Ao todo, são 8 medalhas de ouro e 1 de bronze.
O ciclismo na África
O ciclismo, representado em maratonas, que são corridas de longa distância, também faz parte dos esportes praticados na África. Tanto é que na África do Sul acontecem os dois principais torneios do mundo: “The Argus Pick” e “Pau Cycle Tour”.
Outra competição que merece destaque é o Campeonato da África do Sul de Ciclismo Contrarrelógio. Ela acontece de forma oficial desde 1997. Durante toda a história, nomes que ficaram famosos foram: Malcolm Lange e David George.
Porém, nada se iguala ao nome de Daryl Impey, que venceu 8 vezes, sendo imbatível desde 2013.
O críquete na África
O Zimbábue é um dos países africanos que mais gostam do críquete. Uma curiosidade é que a África do Sul e o Zimbábue fazem parte do Conselho Internacional de Críquete, sendo que compõe também o quadro de membros fundadores.
Entre os nomes mais lembrados de lá, a gente tem o de Jacques Kallis, da África do Sul, que se aposentou em 2013 e foi considerado o maior jogador de todos os tempos. Ele atuava como all-rounder, sendo que rebatia e lançava bolas.
Inclusive, ele chegou a ser chamado de “Nelson Mandela do críquete sul-africano”.
O rúgbi na África
O rúgbi, assim como o golfe, também tem destaque em alguns países africanos. Porém isso é bem menos comum do que outros esportes, que citamos acima. O destaque fica para a África do Sul, que tem alguns praticantes de rúgbi conhecidos.
Um deles é Chester Williams, que foi um jogador da seleção da África do Sul. Ele era o único negro no time e ajudou o time a vencer o campeonato mundial de rúgbi em 1995. O resultado disso foi a homenagem ao clube no filme “Invicturs”, lançado em 2009.
O golfe na África
Acima, a gente falou do golfe, certo? Então, saiba que esse esporte é comum na África do Sul, sendo que dá para encontrar vários campos por lá. Inclusive, alguns deles possuem mais de 100 anos. E também tem campos novos, que são bem luxuosos, com classe A.
Entre as cidades que possuem tais campos, temos Joanesburgo, Cidade do Cabo, Kwazulu-Natal, Parque Nacional Kruger. Inclusive, lá tem o Extreme Golf Legends, chamado de buraco mais difícil do mundo. Ele fica na província de Limpopo.
O basquete na África
O basquete tem uma curiosidade legal. Ele é bem novo no continente. Para se ter uma ideia, chegou na África do Sul há apenas 24 anos (em 1997). A partir disso, passou a ser praticado nas escolas, durante atividades físicas, buscando a popularização.
Recentemente, com apoio de outras nações, nasceu a Basketball Africa League (BAL). A competição conta com clubes da Argélia, Angola, Camarões, Egito, Madagascar, Mali, Marrocos, Moçambique, Nigéria, Ruanda, Senegal e Tunísia.
A competição foi possível através de uma parceria entre a Liga dos Estados Unidos (NBA) e a Federação Internacional de Basquete (FIBA).
A natação na África
Tem um nome de uma africana que faz a natação ganhar destaque em todo continente. Estamos falando de Kirsty Coventry. Ela é considerada a maior atleta africana da história das Olimpíadas. E o motivo você já vai entender qual é.
Ela tem ouro em Atenas (2004) e Pequim (2008). Depois, tem prata em Atenas (2004), Pequim (2008). E mais bronze, em Atenas (2004). Ao todo, são 2 ouros, 4 pratas e 1 bronze. Sendo em modalidades de costas e medley, individual e em equipe.
A nadadora de Zimbábue tem hoje 37 anos e ainda compete, mas não com o mesmo sucesso de antes. Fora as medalhas olímpicas, ela ainda acumula ouros em Campeonatos Mundiais, nos Jogos da África. E tem um recorde, que foi em 2009, nos 200 metros costas, em Roma.
O Lamn na África
Agora sim temos um esporte que é exclusivo do continente. Lamn é uma espécie de luta que é muito popular em Senegal. Inclusive, no começo, a luta era vista como tribal, ou seja, entre tribos. E o vencedor ficava com arroz, boi ou cabra.
Atualmente, as competições atraem grandes públicos e movimentam recursos financeiros. Assim, o esporte se uniu a arte e tem batuques, canos, danças. Chega a lembrar a capoeira, que é mais comum na América do Sul.
Durante as competições, os regulamentos costumam ser bem rígidos. Sendo assim, são 3 árbitros em lutas que duram 2 tempos de 10 minutos cada. Os lutadores usam as mãos nuas e sem proteção. Não vale jogar areia ou chutar o adversário. Quer ver mais? Assista o vídeo acima.
Os outros esportes que existem na África
Além de todos os esportes que citamos aqui, também é legal dizer que a África também tem outros esportes, que podem não ser os mais comuns, no entanto, são super bem aceitos. Por exemplo, o surfe, a caça e as trilhas com os jipes 4x4.
Obviamente, alguns deles, como caça e a trilha, não são tão comuns em outros continentes – porém também não são exclusivos da África. Mas, a geolocalização do continente e as vantagens naturais permitem esses esportes de forma mais comum do que outros lugares.
Aliás, saiba que o bungee jumping mais alto do mundo está lá, com 215 metros de alturas, na África do Sul. E isso tem feito esse esporte radical ganhar destaque em linhas africanas.
A África nos Jogos Olímpicos
Para terminar a leitura, saiba que a África ficou 32 anos sem participar dos Jogos devido ao racismo. A boa notícia é que eles retornaram em 1992, nos Jogos de Barcelona, na Espanha. Nesse ano, aconteceram marcos históricos para todo o esporte.
Deratu Tulu, da Etiópia, foi a primeira mulher negra a receber um prêmio olímpico na prova de 10.000 metros. E ela venceu uma atleta da África do Sul, chamada Elana Meyer, em uma disputa muito acirrada. Ambas deram a volta olímpica abraçadas.