Entenda tudo sobre a frequência cardíaca dos atletas de alto rendimento

Você já ouviu dizer que o coração do nadador, do ciclista e do maratonista é diferente? A ideia é um tanto quanto levada na brincadeira, na maioria das vezes. Porém, há algo que faz sentido nisso: os corações dos esportistas de alto rendimento funcionam de forma diferente.

Como assim? Alguns estudos atuais têm mostrado que as diferenças são leves, mas revelam que os corações dessas pessoas passam a ter uma aparência diferente, assim como o funcionamento, que muda. A gente vai explicar isso de um jeito que fique fácil entender.

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Foto: (reprodução/internet)

Como é que o coração fica diferente?

Basicamente, o ventrículo esquerdo é o que mais muda. Isso porque ele se altera conforme a prática de exercícios físicos. Assim, ele recebe sangue com muito oxigênio, que vem dos pulmões e bombeia para o restante do corpo. É um processo conhecido, né?

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O que pouca gente sabe é que esse movimento faz com que o ventrículo se torne uma espécie de esponja, que pode ser torcida e volta a sua forma original. Agora, devido à alta concentração de oxigênio que passa por ele, naturalmente, ele se torna maior e mais forte.

Ainda mais quando comparado ao coração das pessoas que não praticam atividades físicas (sedentárias). O que quer dizer, na prática, é que ele consegue se encher de sangue de forma mais completa e volta a forma original também de forma mais rápida.

Somente corredores e nadadores “sofrem” com isso?

Na verdade, não. Todo exercício tem esse poder de mudar o funcionamento do ventrículo esquerdo, considerando uma prática consistente. No entanto, outros estudos citam que remadores, que usam muita resistência e força, tem mais massa muscular na região.

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Já corredores tem o coração mais forte. Já os nadadores, como boiam nas águas e controla mais a respiração, tem um coração mais rápido, já que tem mais demanda cardíaca. Um dos cientistas disse que o mais importa é ver que:

Todos os atletas mostraram um funcionamento cardíaco melhor do que uma pessoa normal, o que traz a mensagem direta de que o exercício é bom para o coração”. 

E a frequência cardíaca, onde entra na história?

Se a gente considerar que o coração é o motor do corpo, fica mais fácil entender a partir daqui. Considere que ele bombeia o sangue pelos vasos para todos os órgãos e músculos, levando oxigênio e nutrientes. Até aqui ficou fácil, né?

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Assim, a musculatura do coração tem aquele efeito esponja, que citamos acima. E para isso, ele faz contrações em um minuto, que tem o nome de frequência cardíaca. Ou seja, a frequência cardíaca é quantas vezes por minuto o coração bombeia o sangue pelo corpo.

E o que muda com isso? Ao compreender o fato dá para ver que a frequência cardíaca é muito variante entre os momentos de repouso, de máximo e de recuperação. Vamos explicar cada um desses pontos de modo mais detalhado. Veja só!

A frequência cardíaca no repouso

Quando você está sem fazer alguma atividade, a frequência cardíaca indica o seu nível de condicionamento físico e da saúde em geral. Afinal, você não está fazendo nada, né. Porém, há fatores extras que podem interferir nisso, como estresse, cafeína, hormônios, horário do dia.

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Por isso, a melhor medição tem que ser feita pela manhã, logo após o despertar. Uma gripe em estágio inicial pode alterar a frequência cardíaca também. O motivo é que o corpo está tentando combater o vírus, entende?

No caso de esportistas de alto nível, essa frequência em repouso pode ser bem menor do que a de quem tem menos condicionamento físico. Ainda mais quem faz treinos de resistência. O motivo é que o coração pode estar maior – lembra da explicação acima?

O coração maior

Com o coração maios e mais forte, ele pode armazenar mais sangue e liberar mais sangue em uma única batida. Então, é como se ele trabalhasse menos, ou seja, tem frequência cardíaca mais baixa. Faz todo sentido, não é?

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Para quem quer ter uma ideia disso, na média, os atletas não treinados costumam ter uma frequência que fica entre 60 e 80 no repouso. Já para quem é treinado, o mais provável é que fique entre 40 e 50 batimentos por minuto.

Os atletas de provas de resistência podem ter batimentos entre 20 e 30, acredita? O problema é que nesse caso há um risco, que resultado em uma doença, que é chamada de coração esportivo. É causa rara de morte, mas pode acontecer.

A frequência cardíaca no máximo

Vimos a frequência cardíaca em repouso e agora vamos ver em máxima. Mas, o que é máxima? É a intensidade máxima. Isso quer dizer que a frequência cardíaca máxima é indicada no nível máximo de exaustão, que é quando você usa toda “força” que tem no corpo.

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Para os mais teóricos, é chamada de curva de lactato. Ela ajuda a pessoa a saber qual é o seu máximo naquele momento. E isso permite treinos mais assertivos depois, em zonas eficientes, com base no próprio objetivo. 

A conta mais usada é 220 – a sua idade. No entanto, ela não é tão precisa. O ideal para conseguir esse resultado é fazer um teste especializado ou com médicos. Ou seja, não dá para explicar muito mais desse tópico porque é mais difícil de medir a frequência nesse caso.

A frequência cardíaca de recuperação

Agora, a gente tem uma frequência que vai dizer sobre a condição física em geral. Ela reflete o quão rápido o seu coração está retornando ao nível normal após uma atividade física. Só que para isso, obviamente, você deve chegar ao seu máximo, como falamos no tópico acima. 

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O comum é que atletas bem treinados possuam uma recuperação mais ágil. Para medir, o comum é criar a diferença entre a frequência cardíaca máxima no final do treino e a frequência cardíaca de 1 minuto, 3 minutos e 5 minutos após o treino. 

Se der uma diferença de 20 bpm então o resultado é ruim. Se for entre 30 e 50 é excelente.

Entendendo o VO2 máximo

Para complementar o texto, já que falamos aqui muito sobre o coração do atleta e a frequência cardíaca, vamos falar de um teste que é muito famoso e é chamado de VO2 máximo. A ideia é medir o consumo máximo de oxigênio durante a atividade física. 

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Na tradução mais simples, a gente tem o VO2 máximo como sendo a maior capacidade de oxigênio que uma pessoa pode usar do ar inspirado enquanto treina. E a boa notícia é que dá para conseguir essa informação a partir de vários testes físicos e aeróbicos. 

O mais usado é a ergoespirometria, que é feito por médicos. Outro é o teste ergométrico. E o normal é que o resultado fique 10 vezes acima do VO2 máximo em repouso. Atletas chegam a ter 20 vezes mais o valor do VO2 em repouso.

O cuidado com as alterações do coração do atleta

E a gente vai fechar o texto falando sobre os cuidados que é preciso ter. Acima, nós falamos que o coração do atleta, por ser modificado, pode sofrer consequências, certo? Isso quer dizer que treinar é bom para o coração, mas ficar atento é necessário.

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Foto: (reprodução/internet)

Até mesmo porque essa mudança no coração pode se somar com outros fatores, como o gênero sexual, a etnia, a idade da pessoa, a modalidade esportiva que pratica, a área da superfície corporal e também a genética. 

De todo modo, há pelos menos 4 doenças que podem ser influenciadas devido as mudanças que o coração do atleta sofre ao longo dos treinos e da vida esportiva. Vamos citar elas abaixo, mas antes saiba que elas podem ser identificadas através de um eco cardiograma. 

As doenças do coração do atleta

A mais conhecida é a bradicardia, que é quando a pulsação fica abaixo de 60 por minuto. Aliás, esse é um caso bem comum não apenas em atletas profissionais, mas também em amadores que possuem boa condição de treino. Ainda mais se eles fazem corrida, ciclismo, maratonas. 

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Foto: (reprodução/internet)

O exame físico e o eletrocardiograma podem identificar a doença. Depois, vem a cardiomegalia, que é quando há o crescimento cardíaco, tanto no tamanho como no peso. O problema é que quase sempre ela é confundida com a doença cardíaca.

Tem ainda os sopros cardíacos, que podem ser benignos ou funcionais. Eles são detectados pela ausculta cardíaca feita por cardiologista. Por fim, as alterações que ocorrem nos exames cardiológicos, que podem ser variadas. 

O exercício está excessivo?

Assim sendo, como forma de prevenção das doenças, além de tentar observar se o seu treinamento está excessivo, considere que os exames periódicos são muito indicados. As modalidades de alta intensidade exigem esse cuidado dos atletas assim como dos amadores.

Portanto, se você faz maratonas, triatlos, natação, ciclismo, corridas ou outros desse nível deve sim se manter sempre atualizado sobre os seus dados cardíacos. Treinar várias horas por dia pode ser essencial para o seu desempenho, no entanto, todo excesso é ruim para a vida.