Foco, força e determinação, são palavras que definem a história de Michael, assim como a história do Flamengo ano passado. São histórias similares no sentido de se superar obstáculos e as expectativas e ver sua história dando um giro de 180°.
A história de Michael, assim como muitas outras, mostra a importância do esporte na vida de pessoas, especialmente crianças carentes, e o poder que ele tem de transformar cenários caóticos e “áridos” em um oásis, levando refrigério em meio à tanta tristeza.
Não apenas na vida de pessoas, como também o esporte tem a força para unir uma nação e trazer emoção, trazer o sentimento de patriotismo em tempos de crise. Como na primeira vez que a torcida brasileira cantou o hino nacional completo antes do jogo.
E se o hino nacional diz que um filho que não foge à luta, Michael foi esse filho, que não fugiu, nem desistiu, mesmo com tantos “nãos” recebidos!
O começo de Michael
O ano é 2015, morre um jovem alvejado com 9 tiros na porta de sua casa. Por que esta história é relevante para o que aconteceu com Michael? Bem, esse jovem era chamado de “Mãozinha” e quem dividia a casa com ele? Exatamente, Michael.
Após a notícia da morte do Mãozinha, Michael ligou para seu pai, Messias, que estava no interior do estado de Mato Grosso, pedindo por um “messias”, Michael sabia que a hora dele estaria próxima, se ele continuasse ali.
De fato, foram atrás dele, mas ele foi mais rápido e conseguiu fugir e foi na casa do primo Jefferson Delgado que ele encontrou abrigo de onde que a sua vida começou a mudar. Bem, não foi a primeira vez que Jefferson foi seu protetor.
Aos 15 anos, Michael já era procurado em sua cidade natal por roubos e estar envolvido com o tráfico, não é a toa que grande parte de sua família desacreditava nele, Jefferson era um dos poucos que ainda acreditava no potencial do garoto.
Da erva à grama do campo
Além de ser personal, Jefferson ainda conseguiu testes, renovou o guarda-roupas de Michael e ainda cuidava para que ele não voltasse à suas práticas antigas na vida do crime. Ah, Michael ainda começou a trabalhar na área da construção civil.
Por um tempo, o cigarro e a bebida ainda foram um pequeno problema na vida dele, mas seu primo não desistia dele e conseguiu mudar o pensamento de Michael para que ele parasse de beber e de fumar, já que com isso ele não iria crescer no futebol.
E parece que o futebol teve um papel muito importante nas mudanças de vida que Michael viveu, tanto para o lado negativo, onde ele conheceu o “lado negro da força” com o Mãozinha, como para o lado positivo, pois foi no Lorota da Várzea que ele conseguiu sua chance.
Chega Fabrício e a primeira porta se abre
Michael se converteu ao protestantismo, e em 2016 ele conheceu outra figura que viria a ser como um pai na vida dele, Fabrício Dorneles, que fez contatos e acabou conseguindo um teste para o garoto em Goiânia.
A princípio, Michael não aceitou a proposta para jogar em um time que não ia pagar nada para ele, mas Fabrício não deixaria ele abandonar essa oportunidade e o buscou quase que a força. Comprou até mesmo as chuteiras e o acolheu em sua própria casa.
E agora, depois de muita superação, ele chega para fortalecer ainda mais o elenco do time que passou por um ano de 2019 de superações e conquistas, o Flamengo, e o que você espera para 2020? Será que teremos mais superações na história do Flamengo?