No atletismo mundial, o nome de Usain Bolt é o mais famoso. Porém, se a gente considerar apenas provas de 5.000 metros e de 10.000 metros parece que não há outro nome mais famoso do que o de Mo Farah. É por isso que você deveria conhecer a história dele.
E diferente do que muita gente pensa, ele não representa algum país africano nas provas, mas sim a Grã-Bretanha, já que tem essa nacionalidade na certidão. Por outro lado, saiba que ele nasceu na capital da Somália, em Mogadíscio. E esse é só o começo da história dele. Veja!
Quem é Mo Farah
Sir Mohamed Muktar Jama Mo Farah. Ele é um fundista campeão olímpico e mundial. Fundista é quem corre em provas de atletismo mais longas. A especialidade dele está em 5.000 metros e 10.000 metros. E o título que ele leva é “mais bem-sucedido atleta britânico do atletismo”.
Sobre a origem de Mo, saiba que ele nasceu na Somália e apesar de ter passados os primeiros anos da infância por lá, com o irmão gêmeo, logo ele foi levado para o Reino Unido – isso aos 8 anos de idade. Lá passou a viver com o pai, que é britânico.
Aliás, os pais de Farah se conheceram em uma viagem de férias, quando o pai foi para Mogadíscio. E como o sonho dos gêmeos era o de jogar futebol, eles foram para o Reino Unido tentar a sorte. Mas, a sorte foi outra: dentro do atletismo.
Mo Farah no atletismo
Foi um professor de educação física que viu a potencialidade de Mo para o atletismo. Ao ver a velocidade dele no campo de jogo, o professor não pensou duas vezes na hora de encorajar o jovem corredor para navegar em outros mares – ou melhor, em outras pistas.
Aos 14 anos, ele ganhou o primeiro título escolar em provas de cross-country – isto é, corridas em terrenos abertos, com desníveis e obstáculos. Já em termos internacionais, os primeiros títulos de Farah vieram a partir de 2001, quando ele foi campeão europeu júnior, aos 18.
Já em 2006, por exemplo, ele ficou com o ouro nos 5.000 metros durante o Campeonato Europeu de Atletismo, na Suécia. Além do Campeonato Europeu de Cross-Country, na Itália. Só que apesar dos bons resultados, um ano que marcou o Farah no atletismo foi 2009.
2009-2010 – na África
Isso porque no Mundial de Berlim de 2009, mesmo que ele tenha ficado na sétima posição final dos 5.000 metros, ele marcou história porque foi a melhor colocação para um não-africano (por cidadania) na prova.
Em 2010, ele voltou a vencer, sendo nos 5.000 e 10.000 do Europeu, em Barcelona. E ficou com o título de ter sido o quinto na história do atletismo a vencer as duas provas da mesma edição. No mesmo ano, também venceu o Diamond League, de Zurique, nos 5.000 metros.
Aliás, a Diamond League é uma série anual de provas de atletismo que acontece desde 2010. Foi criada pela Associação Internacional do Atletismo e serve como treino para outras competições. Por isso tudo, foi eleito o Atleta do Ano pela Associação Olímpica Britânica.
2011 - nos Estados Unidos
Vale mencionar que esses dois anos, entre 2009 e 2010, ele passou na África, treinando de lá. Por isso, ia para a Europa apenas para competir. Mas, em 2011 decidiu ir para os Estados Unidos e passou a treinar com o ex-maratonista norte-americano Alberto Salazar.
Foi nesses anos que seus resultados se tornaram ainda mais incríveis. Ele venceu os 3.000 metros do Europeu de Pista Coberta e no mesmo mês levou a Meia-Maratona de Nova Iorque, em um novo recorde. Em junho, venceu os 10.000 metros e em julho, o Diamond League.
Nesse mesmo ano, ele também venceu o Mundial de Atletismo, sendo ouro nos 5.000 metros e prata nos 10.000 metros. Ficou conhecido como “o maior corredor de longa distância da Grã-Bretanha”.
2012 – no mundo
A partir do ano de 2012, ele só acumulou vitórias. Por exemplo, foi bicampeão olímpico vencendo os 5.000 metros e os 10.000 metros. Em 2013, ficou com o ouro nas duas provas do Mundial. Em 2014, estreou em maratonas, mas sem sucesso.
Já em 2016, nos Jogos do Rio, venceu a prova dos 10.000 metros e a dos 5.000 metros, sendo bicampeão olímpico de novo. Com isso, somente ele e o finlandês Lasse Viren (Munique em 1972 e Montreal em 1976) conseguiram vencer o “double” em duas Olimpíadas.
Já no ano de 2017, ele foi tricampeão mundial dos 10.000 metros e na semana seguinte foi prata nos 5.000 metros. Em 2018, desafiou de novo a maratona e ficou em 3º lugar. No mesmo ano, venceu a Maratona de Chicago, batendo o recorde europeu.
Farah estará nas próximas olimpíadas?
Essa é uma boa pergunta para se fazer, mas ainda sem resposta. A última chance dele de conseguir o índice será em 25 de junho de 2021, em Manchester. Ele está com 38 anos e se aposentou há alguns anos, no fim de 2017, quando passou a competir apenas em maratonas.
No entanto, sem conseguir o êxito de se tornar o melhor do mundo em maratonas, ele optou por voltar à pista, na sua especialidade. Assim, fez a estreia em 2020, porém, com a pandemia, ele ainda não conseguiu o índice. No último Europeu, ficou em oitavo.
Para essa última prova, ele disse que espera que “não tenha perdido a velocidade”.
Todas as medalhas de Mo Farah
Se você perdeu as contas com tantos títulos, não se preocupe. A gente criou esse tópico para mencionar aqui todos os títulos que ele conseguiu, que foram muitos, como já notamos. Então, vamos dividir por eventos.
Os primeiros tem a ver com os jogos olímpicos:
- Londres 2012 – ouro nos 5.000 metros e ouro nos 10.000 metros;
- Rio 2016 – ouro nos 5.000 metros e ouro nos 10.000 metros.
Então, ele tem dois ouros nos 5.000 metros e mais dois ouros nos 10.000 em Olimpíadas. Agora, em se tratando de mundiais, que é um tipo de evento que acontece bianualmente (as Olimpíadas são de quatro em quatro anos), ele tem muito mais medalhas, veja.
- Daegu 2011 – ouro nos 5.000 metros e prata nos 10.000 metros;
- Moscou 2013 – ouro nos 5.000 metros e ouro nos 10.000 metros;
- Pequim 2015 – ouro nos 5.000 metros e ouro nos 10.000 metros;
- Londres 2017 - ouro nos 10.000 metros e prata nos 5.000 metros.
Ou seja, ele acumula, portanto, 6 ouros e mais 2 pratas em mundiais. Entre Olimpíadas e Mundiais são 10 ouros. Só que ainda falta a gente falar do Campeonato Europeu, onde ele conseguiu mais quatro ouros, sendo eles:
- Gotemburgo 2016 – ouro nos 5.000 metros;
- Barcelona 2010 – ouro nos 5.000 metros e nos 10.000 metros;
- Helsinque 2012 – ouro nos 5.000 metros.
As melhores marcas do Mo Farah
É legal de observar uma coisa: a partir de 2017 ele praticamente não tem medalhas justamente porque “aposentou” as corridas de pista para se dedicar as maratonas. E como vimos até teve uma boa classificação em algumas ocasiões.
No entanto, não teve o êxito que queria. Por isso, a partir de agora ele está focado nas próximas Olimpíadas, de Tóquio, no Japão, que devem acontecer em 2021. Porém, ele ainda não foi classificado para estar lá. É por isso que há uma grande pressão sobre ele.
Já sobre as melhores marcas dele, saiba que ele tem um tempo de 12:53 nos 5.000 metros que conseguiu em Mônaco, no ano de 2011 e nos 10.000 metros, o melhor tempo foi nos Estados Unidos, em 2011 também, sendo 26:45.
Outros campeões britânicos no atletismo
É curioso saber ainda que além de Mo Farah, a Grã-Bretanha também teve outros campeões no atletismo. Claro que nenhum com o mesmo êxito que o Mo. Porém, dá para falar do George Larner, por exemplo, que venceu a marcha das 10 milhas em Londres de 1908.
Aliás, o primeiro britânico do atletismo a vencer uma olimpíada foi Charles Bennett, que venceu a prova de 1.500 metros de Paris, em 1900, na primeira olimpíada que existiu.
Quanto aos 5.000 m e 10.000 m não há vencedores britânicos em Jogos Olímpicos. Perto disso, somente Chris Brasher, nos 3.000 m com obstáculos em 1956 e o Percy Hodge, na mesma prova, em 1920, além do Arthur Russel, que venceu a de 3.200 m com obstáculos em 1908.
Sobre o finlandês Lasse Virén
Sobre Lasse Virén, que a gente citou no texto, que foi um atleta finlandês que venceu duas vezes as provas de 5.000 metros e 10.000 metros em olimpíadas, sendo em Munique no ano de 1972 e em Montreal no ano de 1976, saiba que ele tem uma história incrível também, apelidado de “Finlandês Voador”.
Uma das curiosidades é que ele e o treinador Rolf Haikkola se preparavam ao máximo para esse evento. E como faziam é que é o mais curioso: correndo milhas de quilômetros entre as florestas finlandesas. Assim, ele chegou a dizer que via e usava toda a oportunidade de treino que era possível.