Se você olhar ele atirando não vai acreditar. Porém, clinicamente falando, o Dong-Hyun é cego. Afinal, com 20% da visão apenas, esse é o diagnóstico. Por outro lado, parece que esse não é um empecilho para ele ser um dos melhores atiradores de arco e flecha do mundo.
Conforme as informações médicas, o caso dele é o seguinte: o sul-coreano tem apenas 10% da visão do olho esquerdo e somente 20% da visão do olho direito. Portanto, ele é legalmente cedo de um dos olhos. Ao olhar o alvo, ele vê somente as cores. Saiba tudo sobre o atleta.
Um dos maiores do mundo
Em 2012, ganhou destaque mundial ao ser considerado um dos maiores mundiais dentro da modalidade do tiro com arco ou arco e flecha, como o esporte também é chamado. Isso porque durante o ranking dos Jogos de Londres, ele superou o próprio recorde mundial.
Nessa situação, ele fez 699 pontos, sendo o que máximo possível é de 720 pontos. Isso ajudou toda a seleção da Coreia do Sul a ficar bem posicionada naquela situação, sendo que bateu o recorde mundial com 2087 pontos em 216 flechas.
Na época, o técnico era o “Sean Tej Chi”, que chegou a falar sobre Dong-Hyun: “ele só enxerga bem de perto”. No entanto, os atletas não podem dar entrevistas durante os jogos, conforme as regras da comissão técnica da seleção deles. Só que a gente foi atrás da história toda.
Quem é o Im Dong-Hyun
Ele é um arqueiro nascido em Chungju, na Coreia do Sul, no ano de 1985. Portanto, atualmente, possui 36 anos. Ele chegou a estar no topo mais alto do ranking, sendo o número 1 do mundo. Ele tem no currículo muitas medalhas, a maioria de ouro.
Abaixo, a gente vai contar mais sobre as medalhas e façanhas dele. Para um primeiro momento, considere que ele teria que estar 10 vezes mais perto para ver os objetos do que quem tem um olho “comum” ou alguém com visão perfeita.
O que se sabe mesmo é que ele começou a competir de forma a vencer em 2002, quando conseguiu o ouro nos Jogos Asiáticos de Busan em equipes. Já no individual, ele venceu os Asiáticos de 2006 e outros campeonatos.
O Dong-Hyun nas Olimpíadas
Em Jogos Olímpicos, a gente pode ver que ele é bicampeão. Isso porque representou a Coreia do Sul em 2004, durantes os jogos de Atenas e também em Pequim, no ano de 2008. Fora isso, ele também tem medalha de bronze em Londres, na competição de 2012.
Resumidamente, o sul-coreano venceu as competições em equipe dos Jogos em 2004 e 2008, além de ter conquistado o bronze, também em equipes, em 2012. Já no individual, em Olimpíadas, ele nunca venceu, sendo que ficou em 6º lugar em 2004, por exemplo.
No entanto, o fato é que o arqueiro “cego” da Coreia do Sul tem muito mais história para contar, sendo que ele também venceu no individual, só que em outras competições, como Mundiais, Copa do Mundo e Jogos Asiáticos. Veja abaixo.
As medalhas individuais e por equipe do Im
Em termos individuais, o sul-coreano tem um total de duas pratas em Mundiais, além de mais dois ouros nessa mesma competição. Depois, ainda vem o ouro da Copa do Mundo de 2008. E tem o ouro dos Jogos Asiáticos e um bronze no mesmo campeonato.
Veja as demais medalhas:
- Ouro no Mundial de 2007 e 2017;
- Prata no Mundial de 2003 e 2009;
- Ouro na Copa do Mundo de 2008;
- Ouro nos Asiáticos de 2006;
- Bronze nos Asiáticos de 2002.
Ele ainda tem mais uma medalha de ouro, que é bem menos expressiva por ser da “Universidade”, que foi conquistada na categoria de “recurvo individual” em 2011. Em termos de trabalho em equipe, além das Olimpíadas já mencionadas aqui, ele também venceu os Mundiais em 2003, 2007 e 2009. Além de ter um bronze em 2017. Veja abaixo outras conquistas:
- Ouro nas Olimpíadas de 2004 e 2008;
- Bronze nas Olimpíadas de 2012;
- Ouro nos Mundial de 2003, 2007 e 2009;
- Bronze no Mundial de 2017;
- Ouro nos Asiáticos de 2002, 2006 e 2010.
Qual é o segredo de Dong-Hyun?
Assim, já chegando na parte debaixo do artigo, você pode estar com uma dúvida: se ele não enxerga nada bem, então, o que ele faz para acertar o alvo? A pergunta é simples, mas a resposta não. E vários jornais tentaram explicar isso. Vamos ver as ideias propostas.
A Associated Press chegou a dizer que “ele confia na distinção entre as cores brilhantes do alvo, que possui anéis amarelo, vermelho, azul e preto”. Isso porque ele disse certa vez que com a visão, tudo o que podia fazer era distinguir as diferentes cores.
Já sobre o distanciamento, a explicação vem da Agente France Presse. “Ele não tem problema em acertar um alvo do tamanho de uma laranja há 70 metros de distância, o que dá ¾ de um campo de futebol. É um esporte que exige mais, como foco”.
O Im Dong-Hyun nos dias atuais
Atualmente, ele mora em Seul, na Coreia do Sul. As atividades profissionais começaram em 1997 e a estreia profissional foi em 2002. Ele está em 159º lugar no ranking mundial do “Recurve Men”, sendo que entra em várias categorias.
Por exemplo, na de medalhista olímpico, campeão mundial de tiro com arco, medalhista mundial, campeão da copa do mundo, detentor de recorde mundial, detentor de recorde olímpico e com 80% dos jogos ganhos (um total de 105 partidas).
No entanto, vale dizer que os ventos não sopram a favor. Se em 2004 e 2011 ele conseguiu chegar ao topo do mundo, ficando em número 1 do ranking, saiba que desde o fim de 2019, ele só tem caído nas posições. Ficou em 6º lugar e hoje nem aparece entre os 100 primeiros.
Fora das Olimpíadas de Tóquio
Além da má fase, considere que o arqueiro sul-coreano ficou de fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio. O fato é curioso porque desde 2002 ele passava nas fases seletivas para a competição. Mas, após três medalhas olímpicas, parece que os Jogos ficaram bem distante dele.
Ele conseguiu manter a sua vaga por 18 anos, o que é um grande feito. E o mais curioso de tudo é que ele chegou a postar uma mensagem nas redes sociais que poderia estar indicando a sua aposentadoria, já que ele tem uma idade considerada “avançada”.
Os nomes escolhidos para representar a Coreia do Sul no masculino nas Olimpíadas de Tóquio são: Choi Yonghee, Kim Jongho, Yang Jaewon, Kim Gwangseop, Kim Yunhee, So Chaewon, Seol, Dayeong e Cho Suah. Assim, a seleção continua sendo uma das mais prováveis ao ouro.
A Coreia do Sul competindo no tiro com arco
Uma curiosidade é que desde 1988, a Coreia do Sul tem sido muito bem representada em Jogos Olímpicos. Sendo que já venceram em 5 situações, das quais duas tiveram a participação do Im Dong-Hyun, como em 2004 e 2008.
Fora esses anos, a seleção da Coreia do Sul também venceu em 1988, em 2000 e em 2016. Além dos sul-coreanos, outras seleções que já venceram no tiro com arco masculino foram: Espanha, Estados Unidos e Itália. A China e a Austrália também costumam chegar nas finais.
Enquanto isso, no individual, os sul-coreanos venceram por duas vezes, sendo as duas últimas edições. Nessa modalidade (individual), o esporte está nos Jogos desde 1972 e os Estados Unidos aparece como maior vencedor, com 5 ouros.
O que se esperar nos Jogos de Tóquio
Mesmo com a saída de Im Dong-Hyun da seleção sul-coreana, os esportistas dessa modalidade estão esperançosos para ver medalhas e não só isso. Também para verem a tacada “Robin-Hood”, que é quando se certa na mosca, bem ao centro do alvo, algo raríssimo de acontecer. E quem consegue o feito pode até levar a flecha para casa.
De todo modo, além disso, pode ser que um novo recorde aconteça. Lembrando que aqui, novamente, o nome de Im surge. Isso porque ele é um dos maiores recordistas, já que tem 699 pontos de 720 pontos. Só não é maior do que o seu compatriota, o Kim Woo-Jin, que conseguiu 700 nos Jogos do Rio, em 2016.
Como funciona o tiro com arco nos Jogos
Basicamente, nos dias atuais a gente tem 3 modalidades possíveis, sendo a individual, por equipes e a mista. Assim, na primeira fase, os arqueiros disparavam 72 flechas e devem marcar de 10 a 1 ponto conforme a proximidade do centro. A pontuação cria os próximos confrontos.
Nesse caso, o maior pontuador joga com o último pontuador e assim por diante. E a partir disso, o sistema não é mais classificatório e sim eliminatório, o que quer dizer que quem perder está fora da briga. O Brasil tem dois atletas na disputa, mas com pouca esperança de medalhas, já que sul-coreanos, italianos e americanos dominam o esporte.
